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sexta-feira, janeiro 30

“A PIDE [...] não despia as mulheres” 

Todos sabemos que a democracia sofreu um longo interregno de 48 anos no nosso país, entre 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de 1974. Podemos chamar-lhe fascismo, ditadura, salazarismo ou até, usando um eufemismo criado pelo próprio regime, Estado Novo, mas numa coisa todos os democratas convictos estão de acordo: foi o período mais negro da história portuguesa contemporânea!
Um período em que o Estado “Novo” negava os mais elementares direitos cívicos e políticos aos cidadãos.
Desde logo, através da lei fundamental do regime, a Constituição de 1933.
Mas também, com a constituição de tribunais especiais que pervertiam a independência judicial cometendo as maiores distorções jurídicas, com total desrespeito pelas provas e com base em confissões extorquidas à força.
E ainda, prisões políticas e campos de concentração para onde eram atirados, lá permanecendo quantas vezes até à morte, todos os que ousavam lutar pela liberdade.
E finalmente, uma odiosa polícia política que torturava os presos durante os interrogatórios das formas mais cruéis que se possa imaginar: espancando-os selvaticamente (às vezes até à morte), obrigando-os a permanecer acordados (tortura do sono) ou de pé (tortura da estátua) até ao limite da sua resistência, queimando-os com cigarros e obrigando-os a estar despidos, sobretudo quando se tratava de mulheres. Sim, a PIDE fez tudo isto! Demasiadas vezes, para que José Pacheco Pereira venha agora pressurosamente afirmar que "nenhuma destas coisas é verdade, a não ser excepcionalmente", e que "A PIDE [...] não utilizava queimaduras que deixavam marcas e muito menos despia as mulheres usualmente"! Ou será que a sua intenção é branquear os crimes do Estado “Novo” e da sua “máquina de tortura”?
Imagem - Álvaro Cunhal, "Desenhos da Prisão"

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