terça-feira, janeiro 20
Aborto: quem tem dinheiro vai a Londres, quem não tem vai para a prisão!
Sete mulheres acusadas de aborto clandestino continuam a ser julgadas no Tribunal da Maia podendo ser condenadas até três anos de prisão.
Enquanto várias instâncias internacionais, entre as quais o Comité das Nações Unidas, têm vindo a manifestar as suas preocupações pela existência de leis restritivas em relação ao aborto – que conduzem à sua prática clandestina, com nefastas consequências para a saúde e o bem-estar das mulheres – e o Parlamento Europeu, por diversas vezes, tem recomendado aos Estados-membros que não ajam judicialmente contra as mulheres que abortam, o Estado português continua a manter uma lei desajustada da realidade social, uma lei desumana e cruel que trata estas mulheres como criminosas e as obriga a sentar no banco dos réus.
No nosso país, cerca de 11 mil mulheres continuam, anualmente, a recorrer aos hospitais na sequência de complicações por aborto e, entre 1998-2002, aumentou o número acusações de crime de aborto registadas pela Polícia Judiciária, GNR e PSP.
Estes factos, de tão graves que são, deveriam ser suficientes para justificar que Portugal adopte, de uma vez por todas, uma lei que, conforme as insistentes recomendações das Nações Unidas e do Parlamento Europeu, acabe com a perseguição judicial das mulheres, garantindo-lhes o direito de decidirem sobre uma questão da sua esfera privada e íntima e assegurando- lhes as condições para a prática do aborto até às 12 semanas, num estabelecimento de saúde público ou devidamente autorizado, com toda a segurança.
Uma lei, naturalmente, acompanhada do reforço das consultas de planeamento familiar e do acesso à contracepção, da implementação da educação sexual e da protecção da função social da maternidade.
Enquanto isto não acontece, O MÍNIMO QUE SE EXIGE É QUE AQUELAS MULHERES SEJAM ABSOLVIDAS!
É que, se elas tivessem meios para ir abortar a Londres, como fazem as mulheres ricas que, paradoxalmente, são contra a legalização do aborto, não estariam agora sentadas no banco dos réus!
Imagem - "Les Demoiselles d'Avignon", Pablo Picasso
Enquanto várias instâncias internacionais, entre as quais o Comité das Nações Unidas, têm vindo a manifestar as suas preocupações pela existência de leis restritivas em relação ao aborto – que conduzem à sua prática clandestina, com nefastas consequências para a saúde e o bem-estar das mulheres – e o Parlamento Europeu, por diversas vezes, tem recomendado aos Estados-membros que não ajam judicialmente contra as mulheres que abortam, o Estado português continua a manter uma lei desajustada da realidade social, uma lei desumana e cruel que trata estas mulheres como criminosas e as obriga a sentar no banco dos réus.
Estes factos, de tão graves que são, deveriam ser suficientes para justificar que Portugal adopte, de uma vez por todas, uma lei que, conforme as insistentes recomendações das Nações Unidas e do Parlamento Europeu, acabe com a perseguição judicial das mulheres, garantindo-lhes o direito de decidirem sobre uma questão da sua esfera privada e íntima e assegurando- lhes as condições para a prática do aborto até às 12 semanas, num estabelecimento de saúde público ou devidamente autorizado, com toda a segurança.
Uma lei, naturalmente, acompanhada do reforço das consultas de planeamento familiar e do acesso à contracepção, da implementação da educação sexual e da protecção da função social da maternidade.
Enquanto isto não acontece, O MÍNIMO QUE SE EXIGE É QUE AQUELAS MULHERES SEJAM ABSOLVIDAS!
É que, se elas tivessem meios para ir abortar a Londres, como fazem as mulheres ricas que, paradoxalmente, são contra a legalização do aborto, não estariam agora sentadas no banco dos réus!
Imagem - "Les Demoiselles d'Avignon", Pablo Picasso
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